sexta-feira, 19 de março de 2010

[ Balela de Pêlo ]

O cabelo me cansa
que sacode e balança
pela barba de morcego
que eu não tenho medo
e se vir daquele jeito
aparo o ouvido, senão peito
pra um não ao desequilíbrio
do som que move a dança
balança e balança...

Filho de Bartira
se perturba com barulho
e se a canastra não sai, vai roubar pitanga
não tem graça sem cabelo
a vila o chama de fedelho
é muito cabelo
pentelho, pitanga.

Coça careca na munheca
só na narina, meleca.
e tá lá: dentro do cabelo do fedelho
tira uma bolinha do cesto
se é peruca é pra metê-lo
coça careca;
se não tem, é cabelo.


só/pé/pêlo

quinta-feira, 11 de março de 2010

Sensação Cor.


O colorido dos contos de fadas selam o sucesso de Best-Sellers e a imaginação de fantasias que persistem durante gerações, como acúmulo de composto orgânico, que no meu quintal, dia-a-dia enriquece novamente a terra. Mas acho que talvez a relação das fadas com as cores passe diretamente e reverencialmente pelo preto e pelo branco. Assim como a nossa, reles mortais. O preto e o branco, juntos, excitam a oposição na mesma medida da complementaridade, além de nos dar uma sensação de estado bruto ou genuinidade, no caso das fotografias e películas cinematográficas. Compartilhamos as noites com todos os entes da natureza, uma vez que tudo vibra e que também somos um deles. Então aquele mesmo céu que na Lua nova apresenta aquela tonalidade escura em contraste com os pingos de claridade unica das estrelas, que parecem que foram postas à conta-gotas, é também o céu sob o qual as fadas cantam e encantam suas sensações, dissipando-as.

Foto por Maritza Mendes

sábado, 6 de março de 2010

terça-feira, 2 de março de 2010

Cara de Mau

Você não vê aquele sinal?
Ele ta com cara de mau
Você não vê aquele sinal?
Ele ta com cara de mau

Será que é fome, será que é falta de sal?
Será que é hora do gagau?
Pode ser mania, pode ser sacrifício
pode ser o meio e o início
será que é plano do Maquiavel,
ou será do Marxwell?
Até que fosse a energia racional
seria muita cara de pau.
Assim que posso, assim que sou
já sentiu o frio do horror?

Você não vê aquele sinal?
Ele ta com cara de mau

Olha pra cá, eu tô te chamando!
Traz o paninho que o cara ta babando
será que é fé ou premonição?
É verde, laranja e vermelho. Mas que situação!
Será que é a altura do som?
mas é que esse swingue ta tão bom.
Negoço estranho esse seu jeito
será que é medo, será que é respeito?
Esqueça essa história de Know How
Acabou o pão, ANIMAL!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Filosofia Hermética


"Os mitos de diversas culturas dizem que o universo foi criado por sons. O deus egípcio Toth, acredita-se, teria levado a cabo a criação usando apenas o som de sua voz. Os gregos chamavam esse Mestre da Sabedoria Oculta de Hermes Trismegisto, 'Hermes Três Vezes Grande", o escriba dos deuses. Os textos sagrados das antigas escolas de mistério foram atribuídos a ele, mediador da sabedoria divina revelada.
Este livro trata de música esotérica. A relação entre sabedoria oculta e os sons pode, de início, parecer forçada. Contudo, nas antigas escolas de mistério do Egito, Roma, Grécia, Tibete, Índia e outros centros de aprendizado, a compreensão dos sons era uma ciência altamente refinada, baseada no conhecimento do fato que as vibrações são a principal forma de causação do universo.
Nas antigas escolas de mistério, os sacerdotes e magos também eram músicos. Muito dos grandes cientistas do passado (como Pitágoras) também eram versados em conhecimentos esotéricos. Sua sabedoria derivava de uma compreensão do universo que só agora começa a ser quantificada em áreas como a física quântica, na qual o científico e o espiritual podem se tornar uma única área.
Apesar de haver muitos caminhos místicos e espirituais, os Princípios estabelecidos por Hermes Trismegisto parecem ter sido incorporados por todos esses caminhos. Toda a filosofia hermética estava baseada em Sete Princípios. São eles, conforme descritos em The Kyballion: a study of hermetic philosophy (O cabalion: um estudo da filosofia hermética) :

I. O Princípio do Mentalismo: 'Tudo está na mente'.
II. O Princípio da Correspondência: 'O que está em cima é como que está embaixo'.
III. O Princípio da Vibração: 'Tudo está em vibração'.
IV. O Princípio da Polaridade: 'Tudo é dual'.
V. O Princípio do Ritmo: 'Tudo flui'.
VI. O Princípio da Causa e Efeito: 'Tudo acontece segundo a Lei'.
VII. O Princípio do Sexo: 'Tudo tem um Princípio Masculino e um Feminino'.
Ao examinar esses Sete Princípios, vemos de imediato que dois deles envolvem os sons: O Princípio da Vibração e o Princípio do Ritmo. Um terceiro Princípio, o Princípio da Correspondência, também parece se aplicar aos sons, como veremos.

(...)

Como os antigos aparentemente sabiam, tudo o que existe no universo está em vibração. A cadeira onde você talvez esteja sentado está em um estado vibratório, tal como as páginas desse livro. O som pode ser entendido como vibração. 'Ressonância' é a freqüência na qual um objeto vibra de maneira natural. TUdo tem sua frequencia de ressonância, quer possamos ouvir ou não. Desde as órbitas dos planetas em torno do sol até o movimento dos elétrons ao redor dos núcleos atômicos, tudo vibra.

(...)

Tudo que existe no universo vibra e flui. Os Princípios Herméticos da Vibração e do Ritmo estão corretos. Mas, e o Princípio da Correspondência? Este também pode se aplicar aos sons, especialmente aos harmônicos. Quando, por exemplo, uma corda é tangida, ouvimos a nota singela que entoa, chamada de 'funtamental'. Há outras notas que soam, chamadas 'harmônicos' ou 'hipertons'. Esses harmônicos são proporções matemáticas da primeira nota. O primeiro harmônico que ocorre vibra com frequência duas vezes mais rápida do que a primeira nota, o segundo harmônico vibra três vezes mais depressa, o terceiro harmônico vibra quatro vezes mais depressa, e assim por diante.
Se observarmos um piano, encontraremos oito oitavas. A nota dó, por exemplo, está presente nas oito. O dó mais baixo do piano é bastante grave, enquanto o dó mais alto é bem agudo. Essas notas não são a mesma, mas estão interligadas. Se você tocar o dó mais baixo do piano, colocará em ressonância todos os outros dó do piano. São harmônicos recíprocos.
Com os sons, é possível fazer ressoar e alterar o ritmo de frequências, que podem ser muito mais graves ou agudas do que a frequência que estamos emitindo, graças a esses princípios. Se usarmos nossa imaginação, veremos que, em termos conceituais, as vibrações da Terra podem atingir o céu, e vice-versa: 'O que está em cima é como o que está embaixo'. Se, por exemplo, tomarmos o período de rotação de um planeta e o reduzirmos a segundos, invertendo este valor (dividindo 1 pelo valor), o número resultante ficará bem abaixo de qualquer som audível. A Terra, por exemplo, tem um período de rotação de 23 horas, 56 minutos e 4 segundos, totalizando 86 164 segundos. Tomando o valor recíproco e dividindo um pelo número, obtemos a frequência de 0,000001160576 Hz. Elevando este número em 24 oitavas (dobrando-o 24 vezes), o resultado é uma frequência de 194,75 Hz, a qual percebemos como sendo uma nota próxima da gama do sol da escala auditiva.
Se ouvirmos a frequência desse planeta, poderemos entrar em ressonância e em vibração com ele, apesar do fato de a verdadeira frequência de ressonância criada ser milhares de vezes mais rápida ou mais lenta do que aquela que estamos ouvindo. Esse mesmo princípio se aplica às frequencias do corpo humano, que podem ser bastante distantes dos sons audíveis mas que podem ser afetadas por vibrações que podemos escutar. Por meio do Princípio da Correspondência, podemos usar sons harmonicamente relacionados para influencias as vibrações de átomos ou de estrelas."


Trecho do livro Os Sons que Curam: o poder dos harmônicos de Jonathan Goldman. São Paulo: Siciliano, 1994.